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 / janeiro 2012

Otimização dos Processos e Gerenciamento das Medições

Quando é mencionado o termo “gerenciamento das medições” muitos entendem que estamos nos referindo unica e exclusivamente aos conceitos e requisitos das medições que envolvem o pagamento de royalties ou apuração de volumes movimentados entre partes (transferência de custódia). Podemos entender esse foco face ao regulamento técnico de medição aplicado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) e válido para a indústria de produção de óleo e gás natural.

No entanto, o conceito do gerenciamento das medições é muito mais amplo do que isso e deve ser aplicado em muitas outras atividades igualmente importantes.

Provavelmente uma das áreas mais nobres onde esse conceito deve ser considerado está nos processos de alto valor – por exemplo, em grandes refinarias ou pólos petroquimicos. Nesses empreendimentos a maximização dos lucros está diretamente ligada a otimização dos processos e todas as unidades de um grande complexo químico possuem seus grupos de melhoria continua, que procuram ajustar os equipamentos, instrumentos, válvulas e controladores para os seus pontos ótimos de operação.

Óbvio que esse trabalho está na direção correta e a utilização de produtos de boas tecnologias e baixas incertezas reduzem a variabilidade das malhas e com isso temos uma melhor otimização. Porém isso não é o bastante! Quando observamos com atenção um relatório de auditoria realizado numa dessas malhas críticas, muitas vezes nos deparamos com várias surpresas desagradáveis. Não é raro encontrar instrumentos totalmente descalibrados, porém devidamente certificados, etiquetados e lacrados. O problema não está na falta da rotina de calibração, mas sim no procedimento de execução: ou ele não compreende as ações necessárias ou está sendo executado por pessoal inabilitado.

Calibração é algo básico, mas podemos mencionar erros mais significativos: quantos já analisaram um cálculo de incerteza de um simples transmissor de pressão? Não é incomum vermos esses calculos utilizando a primeira linha do catálogo do fabricante – o “reference accurancy”.  Faça os cálculos da incerteza dessa malha utilizando a norma ISO-GUM: 1995 “Guide to the expression of uncertainty in measurement” e encontrara que uma incerteza básica de ± 0,04% poderá ser na realidade de ± 0,30%.  Como é possivel fechar o balanço de massa de uma petroquimica se não conhecemos a correta incerteza de cada malha crítica? Se não temos certeza do que está ocorrendo na malha como podemos otimizá-la?

Estamos falando de erros que muitas vezes ocorrem por desconhecimento das corretas práticas e nesse ponto a implementação de uma sistemática de gerenciamento das medições fundamentada na norma NBR 10012: sistema de gestão de medição – requisitos para os processos de medição e equipamento de medição - com certeza poderá dar signiticativos subsídios para uma otimização de processos realmente eficaz.

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