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 / julho 2019

Para driblar a crise, engenharia industrial foca em competitividade e integridade

A dificuldade que atualmente perpassa o mercado brasileiro nos traz uma grande preocupação. Passamos do meio do ano e, decorridos sete meses do governo atual, a previsão de crescimento da economia em 2019 vem sendo reduzida gradualmente por analistas do mercado financeiro, deixando os 2,6% alcançados em meados de janeiro, e chegando a 0,82% neste mês de julho, segundo relatório Focus divulgado pelo Banco Central (BC).

Os investimentos também encontram-se em situação semelhante. Dos quinze setores da indústria avaliados pela FGV no mês de abril, os únicos que usaram sua capacidade de produção no primeiro trimestre do ano, sem ociosidade, foram: a indústria farmacêutica, celulose & papel, e vestuário.

Nossa esperança é que as áreas de investimento no petróleo e no agronegócio ainda são consideradas promissoras. Mas, por enquanto, muitas empresas do nosso setor, com grande potencial de geração de emprego, continuam com baixa carteira de negócios.

O momento pede competitividade, salto tecnológico, avanços na revolução digital, uma indústria 4.0, aliadas imediatamente à uma ação política e eficiente do Governo na Câmara dos Deputados e Senado, para obtenção dos votos necessários para aprovação da indispensável reforma  previdenciária, que poderá ajustar a dívida fiscal e  jorrar investimentos em infraestrutura e, consequentemente, minimizar esta vergonhosa taxa de desemprego, evitando uma situação insustentável para o País nos próximos anos.

Em vez de se preocupar com ideologias e costumes, o foco do governo tem de ser a macroeconomia, o controle da inflação, a redução dos juros, a desburocratização, a aprovação da reforma da previdência e a política industrial. Essas são condições essenciais para uma economia saudável, para o crescimento de longo prazo e para uma expansão segura dos negócios e do emprego.

Apesar de uma conjuntura econômica tão desfavorável, estou muito animado para continuar o trabalho de fortalecimento da ABEMI pelos próximos três anos, e não medirei esforços para a consecução dos objetivos traçados no nosso planejamento estratégico.

Nossas prioridades já estão definidas e temos planos de ação robustos e encaminhados, pois não podemos perder tempo. Vamos trabalhar em prol da competitividade e com foco na integridade. Estamos articulando, por exemplo, uma parceria com o Senai para a melhoria da formação de mão de obra e qualificação do trabalhador e temos grupos de trabalho focados em inovação, tecnologia, produtividade e processos.

O tema integridade é prioridade, e queremos que nossos Associados deem um salto importante na área de “compliance” e reforcem seu compromisso com a ética e a transparência. Estaremos aperfeiçoando o programa de integridade, com a implantação de um canal de denúncias e um acordo com a Trace, uma empresa norte-americana certificadora de “compliance”, entre outras iniciativas.

Buscamos ainda dar continuidade às ações de sustentabilidade e fortalecimento da Associação pela aproximação com outras Associações, com órgãos governamentais e câmaras de comércio. Outros temas que estão em nosso radar são a defesa da segurança jurídica dos contratos e a manutenção do equilíbrio entre as partes, com fluxo de caixa neutro, bem como a disponibilização de linhas de capital de giro competitivas X contratos como garantia, a reavaliação das oportunidades de desoneração e reduções da carga tributária das empresas e o aperfeiçoamento da reforma trabalhista.

Nossa parte já estamos fazendo com muito trabalho e dedicação, juntamente com a Diretoria e o Conselho da ABEMI.

 

Gabriel Aidar Abouchar é engenheiro industrial mecânico, pós graduado em Administração de Empresas e em Advance Management Program pela INSEAD, na França. Realizou sua carreira profissional na SETAL, onde iniciou como engenheiro e terminou como Sócio e Presidente. Hoje, é proprietário de diversas empresas e Diretor-Presidente da ABEMI, onde milita desde 2000, sendo um membro atuante e comprometido em manter viva a engenharia industrial brasileira e esta associação que a representa.

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