Fluxo Soluções
 / janeiro 2012

MAC e MIV: parceira entre Fluxo e EPCs

Há um ano fui chamado por Antonio Arruti, presidente da GDK, que me disse: “com este acervo de equipamentos que vocês representam, a Fluxo deveria fazer parcerias com empresas como a nossa, vocês fornecendo os equipamentos e a automação, que são a sua especialidade, e nós nos concentrando no nosso core business. Assim, com certeza poderíamos estabelecer uma parceria ganha-ganha”.

O conselho recebido naquela reunião nos levou de fato a pensar seriamente nesta alternativa. Afinal, estávamos vivendo momentos novos na Petrobras, que para a automação do Rnest e do Comperj, pela primeira vez, estabeleceu o MAC (Main Automation Contractor) como modalidade de contratação de toda a automação e instrumentação destas novas refinarias. Através deste formato, a Petrobras passou a contratar empresas que se responsabilizam pela totalidade do fornecimento de instrumentação e automação, concentrando em uma única companhia a interface de fornecimento, que no passado era composto de dezenas de interfaces. De forma jocosa, falamos que a contratação era de frango a passarinho e agora se compra um frango inteiro.

Quando discuti o assunto com Fernando Barbosa, diretor superintendente da área offshore da Odebrecht, percebi que realmente estávamos no caminho certo, pois esta é a modalidade aplicada com sucesso no exterior, em qualquer tipo de empreendimento. Ela permite que seja alcançada a filosofia TOC (Total Cost of Ownership), que leva em conta não apenas os custos de compra, mas também os gastos que mantêm os produtos em funcionamento. O empreiteiro contrata o pacote de uma única empresa especialista na matéria, o que traz vantagens como a redução drástica de interfaces e um melhor controle no planejamento e fornecimento, além do benefício principal para o cliente final que é ter, ao fim do projeto, equipamentos e instrumentos padronizados, de qualidade mundial, com menores custos de operação e assistência técnica de pós venda assegurada no país.

A Mendes Júnior foi uma das primeiras a contratar a Fluxo nesta modalidade, no seu projeto TABR, (Terminal Aquaviário da Barra do Riacho), que é um terminal de GLP a ser operado pela Transpetro. Ela percebeu que a somatória da tecnologia de automação de terminais à tecnologia de automação de pipelines que a Fluxo detém permitiria que o MAC que foi ofertado pela Fluxo pudesse compreender o fornecimento de toda a instrumentação, através de um pacote MIV (Main Instrumentation Vendor), da representada Emerson, o que abrange o fornecimento de estações de medição, através da representada Daniel, e o fornecimento de válvulas motorizadas, com a conjunção das parceiras da Fluxo: KSB, MNA e Rotork. A integração da planta ficou sob o encargo da coligada Automind.

A Galvão Engenharia, que lidera o Consórcio Alusa, Galvão e Tomé, também contratou o MAC da Fluxo, no seu projeto TAIC (Terminal Aquaviário da Ilha Comprida), igualmente um terminal de GLP. Em ambos, além dos equipamentos citados, a Fluxo também forneceu os braços de carregamento marítimo da sua representada FMC, o que trouxe mais densidade ao projeto. Os prazos acordados para os dois fornecimentos foram cumpridos, apesar de todas as alterações havidas nos projetos.
Neste pacote MAC e MIV, o escopo da Fluxo não se restringe ao fornecimento apenas dos equipamentos. Compreende também o condicionamento, o comissionamento, a calibração, os testes de fábrica, a supervisão qualitativa das montagens destes itens fornecidos, o acompanhamento dos testes de campo e o start-up. Uma equipe de gerenciamento é colocada especificamente para o fornecimento e, quando necessário, com o gerente locado dentro dos escritórios do projeto. Para evitar a burocracia do vai e volta de documentos para serem aprovados, a Fluxo organiza, quando necessário, mutirões com a empresa de engenharia contratada pelo empreiteiro, o mesmo e a Fluxo, onde se aprovam desenhos e documentos, reduzindo precioso tempo gasto com a tramitação de papéis.

Um outro aspecto interessante do fornecimento é o uso do software AMS de gerenciamento de ativos como ferramenta de validação do projeto e auxilio no comissionamento. Este software, destinado à manutenção de instrumentos, válvulas de controle e equipamentos, é compatível com a grande maioria dos softwares de gestão de projetos de instrumentação tais como o INTOOLS, da Sisgraph, que é usado como padrão pelos projetos da E& P da Petrobras. Utilizamos o software como validador do próprio projeto de execução, na medida em que se pode criar uma base de dados, já no início do projeto detalhado, com os modelos dos equipamentos que estão sendo fornecidos. Ao longo do desenvolvimento do projeto detalhado, esta base de dados é utilizada e pode-se verificar de imediato eventuais divergências entre o físico e as especificações do projeto. Ao final do projeto detalhado, temos a parametrização dos instrumentos, analisadores, válvulas de controle e demais itens, já prontas e totalmente alinhadas com o mesmo, eliminando erros e simplificando as ações de comissionamento. Ao final do projeto, o software AMS terá toda a base de manutenção pronta, devidamente configurada.

• Artigo redigido pelo presidente da Fluxo Hideo Hama

Outras Publicações