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 / janeiro 2012

Etanol: energia limpa e responsável

A matriz energética global está em transformação. Líderes e cientistas das principais nações reconhecem o impacto das emissões de CO2 e os efeitos das mudanças climáticas causadas pelo homem. A civilização do petróleo cede espaço a fontes renováveis de energia e reverte a tendência que dominou grande parte do século XX. Essa mudança acontece na mesma velocidade em que os incômodos do aquecimento global se tornam palpáveis e potências como Índia, China, Estados Unidos e União Européia se mobilizam para inserir em suas matrizes energéticas novas fontes de energia limpa.

Entre 2006 e 2008, a produção brasileira de etanol dobrou para 24 bilhões de litros e a tendência é manter o mesmo ritmo de crescimento até 2015, superando os 50 bilhões de litros ao final desse período. A transformação do mercado de etanol no Brasil aconteceu devido ao lançamento de carros com motor flex, que possibilitou aos consumidores a oportunidade de decidir entre álcool e gasolina. Com o aumento da renda disponível e da maior linha de crédito para o comércio automobilístico, a frota de veículos com motor flex passou a dominar o mercado – quase 90% dos automóveis vendidos hoje são flex -, alimentando ainda mais o consumo interno de etanol.

A tradição brasileira no setor sucroalcooleiro deu ao País uma grande vantagem em relação ao domínio de práticas e de tecnologias. Considerando-se a necessidade mundial de combustíveis renováveis, o etanol à base da cana-de-açúcar mostra-se uma das alternativas mais viáveis, o que se configura como uma excelente oportunidade comercial para o Brasil. Além disso, é preciso mostrar que o setor sucroalcooleiro vive um novo momento sustentado por uma pirâmide constituída por profissionalismo, tecnologia de ponta e sustentabilidade.

O País precisa aproveitar a oportunidade que o cenário oferece para se consolidar como líder global desse setor, uma vez que tem 46% de sua energia vinda de fontes renováveis. Na verdade, o Brasil tem as melhores condições para assumir a liderança na produção e exportação de produtos agropecuários, incluindo as commodities e os biocombustíveis. Tendo em vista as estimativas positivas de consumo do etanol para os próximos anos, e a exportação de cinco bilhões de litros no ano passado, a entrada da produção brasileira nos mercados dos EUA, com a agenda sustentável de Obama, e na Europa se mostra muito mais próxima.

Esse cenário abre o mercado para investimentos de grandes empresas como a ETH Bioenergia. Em menos de dois anos, a ETH desenvolveu um modelo de negócio que combina competitividade e sustentabilidade, ancorado em três polos de produção: São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Esse modelo permite sinergias entre todas as unidades, escala e custos competitivos, com o uso de tecnologia de ponta nos processos produtivos e capacitação profissional de mão de obra. Apesar de jovem no setor, a ETH Bioenergia dobra de tamanho na safra 2009/2010 e cresce em um processo acelerado. Uma iniciativa ambiciosa que avança com passos firmes e responde aos desafios de energia limpa e sustentável no plano global.

José Carlos Grubisich é engenheiro químico pós graduado em Gestão Avançada pelo Insead, na França. Desenvolveu grande parte de sua carreira no Grupo Rhône-Poulenc, onde assumiu diferentes posições no Brasil e no exterior. Foi presidente da Rhodia para o Brasil e América Latina e vice-presidente da Rhodia mundial, com presença no comitê executivo do grupo. Foi presidente da Braskem e agraciado com o “Prêmio Executivo de Valor” do Jornal Valor Econômico por seis anos consecutivos. Atualmente assumiu a presidência da ETH Bioenergia.

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