A arte da execução
Estratégias brilhantes que falham porque são mal executadas. Outras, nem tão originais, que têm sucesso porque são implantadas com excelência e velocidade.
Leis essenciais à sociedade, muito bem concebidas, mas que chegam à fase de execução completamente esvaziadas por centenas de emendas motivadas por todo tipo de interesse. Outras, que seguem o caminho inverso, chegam ao final bastante melhoradas.
Planos sofisticadamente detalhados, com grande investimento de energia dos principais executivos e técnicos da organização, mas que fracassam porque têm sua execução “delegada” a equipes despreparadas e pouco sintonizadas. Por outro lado, vemos líderes-empreendedores que geram “rascunhos” de planos feitos em guardanapos durante o almoço e, já à tarde, começam a implantá-los com excepcional atenção a sutilezas e grande velocidade.
Suponha que o presidente de uma organização complexa e de grande porte tivesse recursos e autonomia para montar seu “dream team”. Qual seria a composição ideal dessa equipe? Quantos presidentes incluiriam uma porcentagem significativa de “fazedores”? Quantos pensariam em assegurar que todos da equipe fossem “faixas pretas” na arte da execução?
Como está sua organização na arte da execução? Reflita sobre as questões abaixo…
A cultura vigente é de planos e apresentações bem elaborados, mas de execução pobre?
A organização valoriza mais quem planeja ou quem executa com excelência?
Há muita participação, diálogo e idéias, mas poucas decisões e ações?
Os sistemas de avaliação e reconhecimento atribuem mais valor a quem gera idéias? Ou valorizam a energia e o entusiasmo no fazer acontecer?
A preparação de talentos está focada no conceitual? Ou contempla a competência em execução?
Chegam à liderança apenas os bons “vendedores de idéias”? Ou, predominantemente, os bons em implantação?
Líderes decidem e mandam fazer, sem se preocupar com a excelência dos “meios e modos” de execução? Ou buscam assegurar as melhores condições para uma implantação com excelência?
Empresa dominada por mantenedores e administradores do que existe? Ou por empreendedores pesos pesados?
Empresa delegando todo tipo de execução para empresas terceirizadas? Ou assegurando massa crítica de implantadores excepcionais dentro de casa?
Decisões tomadas com grande dificuldade, e freqüentemente questionadas, alteradas e até abandonadas durante a execução? Ou isso seria falta grave na cultura vigente?
Projetos atacados durante a execução que não resistem e são descontinuados? Ou há a devida proteção aos projetos em andamento?
Empresa na situação crônica de começar muitos projetos e não terminar? Ou existe processo que a “vacine” contra isso?
E aí? Qual a sua idéia de “dream team” após essas reflexões? E sua idéia de diversidade ideal da equipe dos seus sonhos?
Oscar Motomura é diretor geral e fundador da Amana-key