Microturbinas para geração distribuída de energia e secagem de lodo
A eletricidade hoje no Brasil é um dos principais insumos das indústrias e representa cerca de 40% dos custos de produção. Nos últimos 20 anos a energia elétrica teve um aumento de 131% acima da inflação, inclusive fazendo algumas indústrias quase desaparecerem, como por exemplo a indústria de alumínio, e outras indústrias migrarem para outros países, como o Paraguai, que possui um custo muito baixo de eletricidade.
Na contramão da energia elétrica, a oferta de gás natural vem aumentando ao longo dos últimos anos, assim como a rede de distribuição nas grandes cidades, e o seu custo vem decrescendo.
O cenário atual de aumento do custo da eletricidade e diminuição do custo do gás natural torna-se o cenário ideal para uso da Geração Distribuída, onde a energia elétrica passa a ser gerada diretamente pelo consumidor final.
Desde 2008, a Fluxo é uma distribuidora autorizada da empresa norte-americana Capstone Turbine Corporation, fabricante de microturbinas que geram energia elétrica e térmica a partir de uma única fonte de combustível, como por exemplo o gás natural.
Dentre os seus modelos de 30, 65 e 200 kW, a Capstone possui hoje mais de 9 mil microturbinas funcionando em 73 países, sendo que no Brasil existem mais de 60 unidades instaladas e algumas já há quase 10 anos em funcionamento contínuo, parando em média somente um dia por ano para manutenções preventivas, pois as microturbinas são lubrificadas e refrigeradas somente com ar ambiente (tecnologia patenteada da Capstone).
Outro ponto importante sobre as microturbinas é que, além da produção da energia elétrica, elas convertem em energia térmica 50 a 60% do combustível com uma temperatura de até 300°C, o que as torna perfeitas para aplicações de secagens, onde geralmente são utilizados queimadores.
Um queimador pode ser trocado pela exaustão de uma ou mais microturbinas e o usuário se beneficia da energia elétrica gerada ainda com um custo reduzido do combustível, pois as distribuidoras de gás natural possuem tarifas reduzidas para geração ou cogeração. “Nesse tipo de cenário, o investimento em microturbinas pode retornar rapidamente para o usuário, às vezes em um período menor do que 1 ano”, afirma o Gerente de Produto da Capstone na Fluxo Rafael Amarante.
Outro tipo de combustível que pode ser utilizado pelas microturbinas é o biogás gerado em processos de tratamento de esgoto, efluentes e aterros sanitários. As microturbinas são a solução perfeita para o aproveitamento desse gás, pois trazem viabilidade técnica e econômica, e ainda minimizam um problema que vem aumentando exponencialmente nas grandes cidades, que é o lodo residual desses processos, geralmente descartados com um alto percentual de umidade (80 a 90%).
Com o uso do biogás, as microturbinas podem gerar energia elétrica e térmica para alimentar secadores de lodo – que demandam uma alta quantidade de calor para evaporar a sua umidade – mas também promovem uma redução em seu peso e volume finais em até cinco vezes. Este processo traz um excelente benefício econômico para as empresas que geram o lodo, pois reduz drasticamente o espaço necessário para o seu descarte, e ainda torna possível a utilização do lodo seco como fertilizante, transformando-o de resíduo a um produto economicamente explorado, com excelente ganho ambiental.